O
medo como tabu.
Desde os
primórdios da humanidade faz-se incontestável a quase unânime atração pelo
oculto, pelo desconhecido; levando civilizações a organizarem suas crenças de
forma quase sempre movida pelo desejo de uma busca por respostas. O grotesco,
estranho e tudo o que nos alimenta a curiosidade soa atraente batendo de frente
com uma ordem social imposta para que um controle cultural seja mantido. Mas é
irrefutável: a busca pelo desconhecido faz parte da natureza humana.
A falta de
diálogo a respeito de temas fúnebres envolvendo morte, doenças, cemitérios e
demais itens que remetam ao instigante "término" de nossa estadia
nesse mundo, acaba se tornando parte das crescentes estatísticas relacionadas
aos índices de suicídio, principalmente entre adolescentes e jovens.
"Contos de
Pandora" nasce do encontro de duas atrizes e narradoras. A identificação
imediata surge através de questionamentos culturais e sociais que carregam em
suas respectivas histórias e formações. As idades próximas e as profissões as
colocam em caminhos paralelos e a partir dali nasce a dupla da narração.
Os
questionamentos que as unem as colocam a buscar espaços pouco procurados na
área da narração da histórias; a experiência que buscam obter por meio de suas
pesquisas de contos góticos, nacionais e internacionais é justamente levar esse
universo para uma faixa etária que ainda está em busca de seus gostos, suas
personalidades e de si mesmos.